sábado, 20 de novembro de 2010

II Seminário Estadual do Projeto Niñes Sin Rejas

"O II Seminário Estadual debateu durante dois dias o tema Justiça Restaurativa, com a presença de profissionais reconhecidos no cenário nacional e internacional da área de atendimento socieducativo, inclusive do Escritório Católico Internacional em favor das Crianças (Bice), que coordena o Projeto Niñez Sin Rejas na América Latina e atua no Brasil, Colômbia, Guatemala, Equador e Peru.
Para a presidente do Iases, Sivana Gallina, o debate realizado no Seminário contribuirá para a articulação de toda a rede de atendimento infanto-juvenil do Estado do Espírito Santo. Me comprometo como gestora a disseminar essa pauta não só para a política de atendimento socioeducativo, mas para vários outros gestores e secretarias do Governo do Estado. Acredito que esta estratégia e as metodologias da Justiça Restaurativa podem contribuir para a diminuição da violência entre os adolescentes e jovens e também até para a diminuição do assassinato dos nossos jovens. Espero que a partir desse encontro possamos continuar nos mobilizando para a construção dessa agenda, disse Silvana." (fonte: http://www.jusbrasil.com.br/)

Quem esteve neste encontro viu, com clareza, que a Justiça Restaurativa fora apresentada como uma metodologia completa, autosuficiente e possível de ser implantada em qualquer contexto, sendo tolhida a oportunidade de diálogo com as práticas sócio-educativas em andamento no Estado. 
Ainda entra no hall da autosuficiência a fala de uma juíza, que caracterizou sua escutatória como mais eficaz que o trabalho de assistentes sociais e psicólogos (em suas palavras: "nem assistente social, nem psicólogo servem para fazer essa escutatória"). 

Na minha opnião, a Justiça Restaurativa fora apresentada superficialmente, ficando como prioridade no evento a formulação de uma "carta de intenções" a ser construída publicamente, porém a reboque de um pequeno grupo "especializado" na perspectiva. Do contrário, a Justiça Restaurativa, apesar de apresentar propostas/atividades interessantes, não é uma perspectiva inovadora, pois tem bases cognitivo-comportamentais e das propostas freireanas.      
De acordo com o portal www.jusbrasil.com.br podemos voltar ao I Seminário Estadual do Projeto Niñez Sin Rejas, cujo objetivo me pareceu mais conivente:

" proporcionar uma oportunidade para troca de experiências e intercâmbio entre os atores da rede socioeducativa e o Judiciário para que haja o fortalecimento da Política de Atendimento Socioeducativo na perspectiva dos Direitos Humanos."

Será que estamos evoluindo essa construção?