sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Fortaleçam a justificativa de que nesse espaço, além do ambiental e biótico, sobrevive a cultura. Já existem diversos trabalhos que legitimam a necessidade de preservação; e mais: estimulam a necessidade de que se volte atenção para o lugar, adequando-se uma extrutura para que o turista possa reconhcê-lo, preservando-o de forma mais integral possível. Sim, pois de outro lado o histórico leprosário, o coqueiral (etc.) são hoje utilizados também para reprodução de outras histórias vinculadas práticas ilegais, fazendo com que o turista e o local, na maioria das vezes, o veja de longe, quisá nem o conheça em sua rota ou cotidiano. Enfim, há formas sim de mediarmos interesses em relação a esse patrimônio, nem abandonando, nem enterrando o lugar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cia do Chapéu realiza contação de Histórias

A Associação Artística Cia. do Chapéu iniciou suas atividades no ano de 2002, com intervenções cênico-urbanas na cidade Maceió, Alagoas. No decorrer de sua trajetória, a Cia. apresentou seus espetáculos: Apesar de Você..., Alice!?, Uma Noite em Tabariz e Graças, contendo uma pesquisa continua acerca do trabalho intenso da corporeidade do ator.
A Cia do Chapéu já possui 9 anos de existência e atuação nas artes cênicas, sendo assim referência na execução de espetáculos e eventos culturais e em estudos acadêmicos. Optando sempre por processos de cunho colaborativo, em que todos os envolvidos assumem responsabilidade sobre o todo, de forma integrada e otimizada.
Ao decorrer da Bienal do Livro, em Maceió, foi uma honra contar com a interpretação da Cia. do Chapéu da coletânea Côco de Roda, em qual se insere o livro "Pescando História à Beira-mar". Seguem abaixo algumas fotos:


domingo, 23 de outubro de 2011

Significados, sentidos e conflitos.

São constantes os conflitos provenientes do jogo de significados e sentidos atribuídos as palavras. Podemos parar e pensar em algumas situações na nossa casa, bem como no trabalho: por muitas vezes queremos falar algo e, mesmo medindo as palavras, os sentidos que as outras pessoas tomam sobre a situação lhes conduz a uma outra verdade. A exemplo disso vamos ver os desdobramentos da gratuidade no nosso cotidiano.
O que vem a ser de uma forma simples e genérica da qualidade do que é gratuito, com os sentidos atribuídos, nos deparamos com a gratuidade das pessoas de bem que dedicam seu tempo para ajudar os outros, as graças divinas que nos abençoam nas horas mais complicadas, a graça do sorriso de uma criança que se olha e fala "que graça...não é?", a graça irônica da temosia quando se fala, por exemplo, "vai fazendo graça para você ver...". Nos impressionamos ainda com a graça do palhaço e há também graça do slogan convencional das promoções "Comprando o carro, você leva de graça um chaveiro!", enfim, são muitas graças, situações e pessoas diferentes, formas de pensar e viver diferentes. Por isso até que se fala em sentidos das palavras, pois além de falarmos e pensarmos,  sentimos todas elas de uma maneira particular.
Agora, frente a essas subjetividades, se colocaria então o desafio de lidarmos com os sentidos em um mundo de heterogeneidades, ou seja, de diferenças, onde convivem a lógica de mercado que só oferta para lucrar e a espiritualidade que oferta por graça, sem esperar nada em troca. Nesse mundo, haveria de ser lapidada a ética em meio a valorização estética, haveria de se pensar a coerência entre a etiqueta e a moral.
A particularidade na maneira de se pensar não se restringe ainda a uma simples questão das diferentes interpretações das palavras, de uma mera situação peculiar ou forma de se expressar. A subjetividade da experiência do ser com o mundo constrói em si uma forma de se pensá-lo, ou seja, compõem ideologias, que envolvem o ser humano em sua trajetória (sua história de vida) e não são raras as pessoas que fazem delas uma missão, uma prática diária, seja para se valer da gratuidade para doar-se, seja para lucrar.
Longe do desafio da convivência e harmonia dessas ideologias, por muitas vezes são vividos os conflitos provenientes dessa convivência, quando institucionalizada uma relação de sobrevivência entre esses grupos. De um lado então se vêem empresas comprometidas com uma causa de vender uma boa imagem e de outro instituições que precisam dessa relação para concretizar suas ações de benefício  por graça, pelo simples ato de solidariedade. Dessa forma muitos acabam trabalhando com metas para o ser humano, resultados alcançados e pré-definidos, não para si, mas para o outro. Isso é curioso se pensar, porque ainda do outro lado se acaba relacionando a solidariedade em uma questão financeira.
Claro, é muito importante que se imagine alcançar resultados nos trabalhos sociais, para que se norteem ações, mesmo que por outro lado a subjetividade seja um território muitas vezes regido por fatores desconhecidos e até ilógicos (Freud não explica! Seria muita presunção achar que alguém sosinho pode dar conta de tudo). É muito importante também que uma empresa  pense em desenvolver uma "responsabilidade ambiental e social", mesmo que não seja para ela uma missão, mas por saber que sua matéria prima um dia pode se acabar.
Precisamos sim, da diversidade do pensamento e da ação para que cresçamos juntos, não separados, se valendo sempre, é claro: de um verdadeiro e amplo respeito.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

NOTA PÚBLICA

O Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, consternado, vem novamente a público, no seu dever ético-legal de defender intransigentemente a vida e a dignidade humana, lamentar a morte por suicídio do adolescente G.F., ocorrida no dia 11 de setembro, na Unidade de Internação Metropolitana do Xuri, em Vila Velha/ES.

Este suicídio já é segundo registrado no ano de 2011 dentro das novas unidades de cumprimento de medidas socioeducativas e se soma as diversas outras denúncias de violações, tais como rebeliões, espancamentos e fugas.

Por isso, o CEDH, naquilo que lhe outorga a Lei 5.165/95, pugna publicamente, para que além da rígida e célere apuração deste episódio, que o modelo pedagógico aplicado nas unidades seja revisado de forma a garantir o respeito pleno aos direitos humanos e a não ocorrência de tristes fatos como este.


Vitória/ES, 12 de setembro de 2011.


GILMAR FERREIRA DE OLIVEIRA
Presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lançamento (em breve nas livrarias)



O livro de gênero infantil Pescando histórias à beira-mar é resultado de um projeto de pesquisa desenvolvido com comunidades litorâneas que investigou na relação entre as gerações o sentido de pertencimento em relação aos contos e lendas locais. 
Dessa forma, a obra faz um passeio por antigas lendas contadas nas vilas do litoral alagoano. Um experiente pescador ensina o ofício ao filho narrando tradicionais histórias do mar, como os Cantadores da Madrugada, a Mula de Padre e o assustador Cavalo Russo, a Pedra da Moça e a temida Tribuzana.
É por meio da narração dessas pequenas histórias que o livro vai revelando um pouco do universo das comunidades que vivem da pesca em Alagoas: suas tradições, o seu jeito de falar, a fé e religiosidade, as dificuldades, as crenças populares, as lendas que passam de pai para filho e que agora se revelam nessa obra.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rumo às 30 horas!

Essa notícia muito nos animou hoje:
 
Foi aprovado hoje na Comissão de Assuntos Sociais do Senado o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (PLC) nº 150, de 2009 (PL nº 3.338, de 2008, na origem), do Deputado Felipe Bornier, que altera a Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962, para dispor sobre a jornada de trabalho dos psicólogos.
 
Com isso está aprovada no Senado a jornada semanal do psicólogo em 30 horas, determinando que a eventual redução de jornada não deverá acarretar redução de sua remuneração.
Agora o PLC retornará à Câmara para para apreciação das modificações.
 
É uma grande vitória da Psicologia! Isso pode acarretar ganho de produtividade das psicólogas e psicólogos que terão possibilidade de utilizarem as horas reduzidas na jornada, muitas vezes em cursos de formação e qualificação profissional, gerando ganho da sociedade que compõe a clientela da Psicologia.
 

terça-feira, 26 de julho de 2011

A seriedade que falta no tratar do bullying

Em nossa pesquisa bibliográfica sobre o bullying encontramos um verdadeiro arsenal de artigos e textos que falam sobre o tema. Um arsenal é um depósito de armas, e a grande maioria dos escritos que encontramos nada mais são do que isso: armas destrutivas à ética no cuidar do outro.
É incrível o bullying ser um tema que permeia a realidade educacional, e que está presente atualmente na maioria dos planos de aula das escolas e os nossos mestres não se questionarem o porquê de tanta gente dizer que sabe falar sobre o tema! E mais: se os alunos são cobrados o tempo todo a serem autores de seus escritos, a referenciarem cada pesquisa, a não praticarem a cópia, por que o que encontramos sobre o tema foram nada mais do que copia+cola (ou o famoso CTRL+C e CTRL+V)?
Isso porque o que encontramos foram cartilhas, projetos, blogs, artigos e etc. que dizem a mesma coisa, mas poucos referenciam de onde aquela informação foi retirada. Realmente a internet é uma terra de ninguém, onde qualquer um, inclusive nós, escrevemos o que bem entendemos...
Bullying é coisa séria, é um transtorno de conduta que deve ser trabalhado com a mesma seriedade com a que afeta os alvos de suas agressões.
Aliás, se as pessoas tirassem o foco do bullying e as escolas investissem em cursos de mediação pacífica de conflitos e atualizações sobre como lidar com as situações emergentes nas instituições de ensino (como drogas, assédios, absenteísmos, pais negligentes que reclamam o cuidado aos filhos, etc.) para os seus professores, provavelmente seria mais eficaz do que sair por aí “vomitando” ou “atirando” o conceito de bullying, sem que haja uma compreensão aprofundada do tema, causando confusão, desgaste das equipes técnicas e dos envolvidos.
Cuidado, gente! Há muita incoerência em artigos e textos sobre o bullying, MUITA, se vocês estudarem a fundo perceberão que nem mesmo os autores de livros deixam de se confundir com o conceito. Aliás, autores esses que se dizem especialistas no tema, mas se aproveitam de pesquisas feitas por outras pessoas. Não queremos livros com base no google, queremos seriedade e menos capitalismo. Queremos que a educação seja tratada com educação.